Dos temas da fé católica, um dos que mais me assusta a ignorância protestante, é o dogma da infalibilidade papal. Mas não é uma ignorância por falta de informação, puro e simples, é uma ignorância culpável, de quem se mete a discutir um assunto em profundidade, sem conhecer, sequer, os conceitos básicos desse dogma.
A ignorância é tamanha que a vontade que dá não é de explicar, mas ir dando mais corda para o próprio protestantes se enforcar cada vez mais, como dizer que o papa disse "cazzo" e não "caso", olha, o Papa errou, então ele não é infalível. No entanto não posso, porque pronunciar, ainda que da boca para fora, algo contrário ao que ensina o Magistério da Igreja é condenável.
Eu vou colocar abaixo, um texto que um protestante colocou em uma comunidade de debates e, como o assunto do tópico já mudou totalmente o foco, sendo improdutivo eu tentar escrever lá alguma informação útil, porque as minhas informações úteis iriam se perder no meio de dezenas de postagens inúteis e totalmente off topic. É assim que protestante ganha um debate, fugindo dele.
O texto do protestante ignorante (acho que cometi um pleonasmo) estará em vermelho e a minha resposta em azul:
O PAPA É INFALÍVEL???
Sim, infalível e isso é dogma de fé que, se algum católico professar contra de maneira contumaz, ele é herege e, por isso, está excomungado da Igreja Católica.
A Igreja Católica Romana ensina que o papa é infalível quando fala ele fala sobre assuntos de doutrina.
A Igreja Católica Romana ensina que o papa é infalível quando fala ele fala sobre assuntos de doutrina.
Mentira: Em assuntos de moral e fé quando se pronuncia Ex Cathedra, conscientemente de maneira infalível, invocando o poder das chaves confiadas à Igreja, mas a Pedro e seus sucessores de maneira isolada, ou seja, o Papa sozinho representa a Igreja inteira, por isso que a Igreja não pode errar em matéria de Moral e Fé, porque ela é a coluna e sustentáculo da Verdade.
20 Ralph Woodrow contestou tal reivindicação examinando muitas afirmações e decisões papais através da história:
Ralph Woodrow tentou contestar isso, mas sem sucesso, como não obtém sucesso todo mundo que tenta contra os dogmas de fé da Igreja Católcia.
O fato é que nem em prática nem em doutrina os papas foram infalíveis. Nos deixe mostrar algumas das centenas de contradições dessa doutrina da infalibilidade papal:
Desafio proposto é desafio aceito.
Papa Honório I, depois de morto, foi denunciado como um herético pelo Sexto Concílio no ano 680. Papa Leão confirmou sua condenação. Ora, se os Papas são infalíveis, como pode um condenar o outro?
Papa Honório I, depois de morto, foi denunciado como um herético pelo Sexto Concílio no ano 680. Papa Leão confirmou sua condenação. Ora, se os Papas são infalíveis, como pode um condenar o outro?
O Papa é infalível apenas quando se pronuncia Ex Cathedra sobre assunto de moral e de fé. As heresias do papa Honório estavam em cartas trocadas com outros clérigos e não em documentos oficiais e, muito menos, se pronunciou Ex Cathedra nessas cartas trocadas com o Clero.
Papa Virgílio, depois de condenar certos livros, removeu sua condenação, depois os condenou novamente e então retratou sua condenação, e então os condenou de novo! Onde está a infalibilidade aqui?
Papa Virgílio, depois de condenar certos livros, removeu sua condenação, depois os condenou novamente e então retratou sua condenação, e então os condenou de novo! Onde está a infalibilidade aqui?
A condenação de livros não é pronunciamento Ex Cathedra. Até "O Príncipe" de Maquiavel tinha Imprimatur.
O duelo foi autorizado pelo Papa Eugênio III (1145-53). Mas depois o papa Julio II (1509) e o papa Pio IV (1506) o proibiram.
O duelo foi autorizado pelo Papa Eugênio III (1145-53). Mas depois o papa Julio II (1509) e o papa Pio IV (1506) o proibiram.
Duelos não são assuntos de moral, ou fé, nem a autorização, ou condenação foi Ex Cathedra.
No século onze houve três papas rivais ao mesmo tempo, todos os quais foram depostos pelo concílio coordenado pelo imperador Henrique III. Depois no mesmo século, Clemente III foi oposto por Vitor III e posteriormente por Urbano II. Como os papas podem ser infalíveis se eles se opõem uns aos outros? Então veio o “grande cisma”, em 1378, que durou cinquenta anos. Os italianos elegeram Urbano VI e os cardeais franceses escolheram Clemente VII. Os papas amaldiçoavam um ao outro ano após ano até que um concílio depôs a ambos e elegeu a um outro.
No século onze houve três papas rivais ao mesmo tempo, todos os quais foram depostos pelo concílio coordenado pelo imperador Henrique III. Depois no mesmo século, Clemente III foi oposto por Vitor III e posteriormente por Urbano II. Como os papas podem ser infalíveis se eles se opõem uns aos outros? Então veio o “grande cisma”, em 1378, que durou cinquenta anos. Os italianos elegeram Urbano VI e os cardeais franceses escolheram Clemente VII. Os papas amaldiçoavam um ao outro ano após ano até que um concílio depôs a ambos e elegeu a um outro.
Se o Concílio depôs os pretensos Papas, então eles são Antipapas. Se um Papa legítimo se opõe a um falso Papa, então essa oposição é justa e se um Antipapa se opõe a um Papa legítimo, o problema está com o Antipapa e não com o Papa legítimo.
Papa Xisto V preparou uma versão da bíblia que ele declarou como sendo autêntica. Dois anos depois o Papa Clemente VIII declarou que ela era cheia de erros e ordenou que uma outra fosse feita.
Papa Xisto V preparou uma versão da bíblia que ele declarou como sendo autêntica. Dois anos depois o Papa Clemente VIII declarou que ela era cheia de erros e ordenou que uma outra fosse feita.
O assunto com relação ao Cânon Bíblico só foi decidido de maneira definitiva apenas no Concílio de Trento. Os outros cânones litúrgicos, inclusive regionais, eram apenas cânones litúrgicos, ou seja, a lista de livros que seriam lidos durante a missa.
Papa Gregório I reputou o título de “bispo universal” como sendo “profano, supersticioso, arrogante, e inventado pelo primeiro apóstata” (Epistola 5:20-7:33). Ainda assim, através dos séculos, outros papas reivindicaram o título. Como então podemos dizer que os papas são infalíveis definindo doutrina, se eles contradizem diretamente uns aos outros?
Papa Gregório I reputou o título de “bispo universal” como sendo “profano, supersticioso, arrogante, e inventado pelo primeiro apóstata” (Epistola 5:20-7:33). Ainda assim, através dos séculos, outros papas reivindicaram o título. Como então podemos dizer que os papas são infalíveis definindo doutrina, se eles contradizem diretamente uns aos outros?
Essa história é falsa, mas mesmo que fosse verdadeira, títulos do Papa não são assuntos reservados à Infalibilidade Papal.
Papa Adriano II (867-872) declarou o casamento civil como sendo válido, mas o Papa Pio VII (1800-1823) os condenou como inválido.
Papa Adriano II (867-872) declarou o casamento civil como sendo válido, mas o Papa Pio VII (1800-1823) os condenou como inválido.
Na verdade, apenas muito recentemente, apenas mais ou menos nos dias da Revolta Protestante que se invalidou o casamento civil. Na verdade não existia casamento civil, mas apenas anúncio de que o casal decidiria viver juntos e não tinha qualquer celebração. Depois a Igreja incluiu alguns procedimentos, procedimentos, aliás, imitados pelos países protestantes, pelo casamento civil de hoje em dia, etc. Para eu não chover no molhado, veja o vídeo do Padre Paulo Ricardo sobre o assunto.
O casamento no civil foi condenado como substituto ao casamento religioso, porque o casamento no religioso foi instituído com o poder das chaves e a partir dali, daquele momento sim, passou a ser obrigatório.
Papa Eugênio IV (1431-1447) condenou Joana D’Arc a ser queimada numa estaca como bruxa. Mais tarde, um outro papa, Bento IV, a declarou como sendo uma “santa.” É isto que é infalibilidade papal?
Papa Eugênio IV (1431-1447) condenou Joana D’Arc a ser queimada numa estaca como bruxa. Mais tarde, um outro papa, Bento IV, a declarou como sendo uma “santa.” É isto que é infalibilidade papal?
Não foi o Papa que condenou Joana d'Arc, nem o Santo Ofício, mas o bispo local, um tal de Cauchon em um julgamento totalmente excepcional, porque o Bispo era um banana, mas o Papa não condenou ninguém e, mesmo se o tivesse feito, isso não é assunto reservado à infalibilidade por não envolver assunto de moral e fé.
Como todos os papas podem ser infalíveis quando certo número dos próprios papas condenou tal ensino? Virgílio, Inocente III, Clemente IV, Gregório XI, Adriano IV, e Paulo IV, todos rejeitaram a doutrina da infalibilidade papal. Pode um papa infalível ser infalível e não saber disto? Que inconsistência!
Quanto a isso a resposta é simples: NÃO, NÃO REJEITARAM TAL ENSINAMENTO, e se você diz que eles rejeitaram, cabe a você indicar em qual obra eles fazem isso para que eu vá lá, leia a obra dentro do sem contexto completo e, a exemplo do que fazemos com a interpretação errada que vocês fazem da Bíblia, ensinar qual a correta interpretação dos textos patrísticos.
21Vigário de Cristo?O papa, de acordo com o ensino católico-romano, é o vigário de Cristo, representante pessoal de Cristo na terra.
21Vigário de Cristo?O papa, de acordo com o ensino católico-romano, é o vigário de Cristo, representante pessoal de Cristo na terra.
O Papa não é, só ele, representante de Cristo, mas todo o Clero o é. Todo o clero age in persona Chirsti no seu ministério. O Papa representa sozinho toda a Igreja. Não é cabeça da Igreja, porque a Igreja tem como cabeça Cristo, ele é cabeça do Colégio Apostólico, da mesma forma que o corpo tem a cabeça sobre os ombros e a cabeça do fêmur e outras partes chamadas impropriamente de cabeça.
21Ralph Woodrow, Babylon Mystery Religion (Riverside, CA, 1966), pp. 102-103.
22“O Pontífice Romano, em razão de seu ofício como Vigário de Cristo, e como pastor da Igreja inteira tem completo, supremo, e universal poder sob toda a Igreja...” (Catechism of the Catholic Church , §882).
21Ralph Woodrow, Babylon Mystery Religion (Riverside, CA, 1966), pp. 102-103.
22“O Pontífice Romano, em razão de seu ofício como Vigário de Cristo, e como pastor da Igreja inteira tem completo, supremo, e universal poder sob toda a Igreja...” (Catechism of the Catholic Church , §882).
Essa citação, em vez de confirmar sua tese, confirma a minha, provando assim que, mesmo quando você tenta atacar, você não consegue. A coisa é tão grave que não se trata de não ter êxito nos ataques, mas de não conseguir, sequer, atacar.
23 Ibid., p. 102 (leves alterações feitas pelo autor).
EXCERTOS RETIRADOS DO LIVRO, CATOLICISMO ROMANO: UMA ANALISE BÍBLICA, AUTOR BRIAN SCHWERTLEY, PAGS. 15,16 e 17
23 Ibid., p. 102 (leves alterações feitas pelo autor).
EXCERTOS RETIRADOS DO LIVRO, CATOLICISMO ROMANO: UMA ANALISE BÍBLICA, AUTOR BRIAN SCHWERTLEY, PAGS. 15,16 e 17
Aguardo as citações em que outros Papas teriam questionado a Infalibilidade Papal, lembrando que a infalibilidade papal pregada pela Igreja é: Pronunciar-se sobre matéria de moral, ou fé, Ex Cathedra e a negativa da infalibilidade Papal deve englobar isso e não apenas dizer que, mesmo os Papas, podem cometer erros. Cometer erros, cometer pecados, isso não se relaciona, nem de longe, com Infalibilidade Papal.