Depois de um debate intransigente
com uma protestante, provavelmente uma adventista de sétimo dia, não há como
dar a resposta de melhor forma que não
por um novo tópico no blog.
A acusação que pende sobre a
Igreja Católica Apostólica Romana, a Igreja que não muda ao sabor dos ventos
como fazem os protestantes, que agora estão aceitando até uniões homossexuais,
casa e descasa, aborto, dentre outras práticas abomináveis que clamam aos céus
por justiça é de que ela teria aceitado como que um sincretismo com o paganismo
romano. Esta postagem vai versar sobre um aspecto desse suposto sincretismo: o
domingo.
Por que o domingo substituiu o sábado
como dia santo de guarda? Em primeiro lugar, o domingo não é considerado o
primeiro dia da semana, mas o oitavo dia, o dia da nova criação. No primeiro
dia Deus criou a luz, no oitavo dia a Luz (Cristo) recriou o mundo. A Epístola
de Barnabás fala que “Guardamos o oitavo dia com alegria, o dia em que Jesus
levantou-se dos mortos”. Essa epístola é do Século I, provavelmente do ano 74.
A Carta de Inácio de Antioquia
aos Magnésios, cuja leitura eu fiz hoje quando eu rezava as Laudes, passando
por cima da memória de Maria Madalena, fala o seguinte:
Aqueles que viviam segundo a ordem
antiga das coisas voltaram-se para a nova esperança, não mais observando o
Sábado, mas sim o dia do Senhor, no qual a nossa vida foi abençoada, por Ele e
por sua morte
Também Justino que foi
martirizado no ano de 165 falou o seguinte no seu volume intitulado “Apologia”:
Reunimo-nos todos no dia do sol,
porque é o primeiro dia após o Sábado dos judeus, mas também o primeiro dia em
que Deus, extraindo a matéria das trevas, criou o mundo e, neste mesmo dia,
Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os mortos
Também a Didaqué fala:
Reunimo-nos todos no dia do sol,
porque é o primeiro dia após o Sábado dos judeus, mas também o primeiro dia em
que Deus, extraindo a matéria das trevas, criou o mundo e, neste mesmo dia,
Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os mortos
Evidente que os protestantes, ao
verem tantas provas e de tão qualificada credibilidade, falarão que esses escritos
não são canônicos, não estão na bíblia, que é para provar na bíblia. Eu não sou
fundamentalista feito você e eu não preciso provar na bíblia para provar o
quanto você, os teólogos, inclusive alguns católicos, que seguem essa linha estão
errados. Não houve mudança do sábado para o domingo por causa da tradição pagã,
mas porque foi o dia em que Cristo ressuscitou e assim manda a legítima tradição
apostólica, até porque o próprio Paulo se reunia aos domingos para celebrar a
Eucaristia (At 20,7).
Não são canônicos, não fazem
parte da bíblia? Não. E daí? Você pode negar a canonicidade desses escritos. Eu
mesmo nego a canonicidade deles, porque não fazem parte nem da minha bíblia
também. Uma coisa é negar sua canonicidade, outra coisa é negar sua existência.
Se você não concorda com os
escritos, não concordamos com você, então fica do mesmo tamanho, você discordando daí e eu discordando daqui, mas não
guardamos o domingo por causa do paganismo romano, mas por causa desses
escritos, dentre tantos outros, por mais que você não concorde com isso.
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