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sábado, 5 de julho de 2014

Infalibilidade papal. Protestantes querem discutir sem saber o que é


Dos temas da fé católica, um dos que mais me assusta a ignorância protestante, é o dogma da infalibilidade papal. Mas não é uma ignorância por falta de informação, puro e simples, é uma ignorância culpável, de quem se mete a discutir um assunto em profundidade, sem conhecer, sequer, os conceitos básicos desse dogma.

A ignorância é tamanha que a vontade que dá não é de explicar, mas ir dando mais corda para o próprio protestantes se enforcar cada vez mais, como dizer que o papa disse "cazzo" e não "caso", olha, o Papa errou, então ele não é infalível. No entanto não posso, porque pronunciar, ainda que da boca para fora, algo contrário ao que ensina o Magistério da Igreja é condenável.

Eu vou colocar abaixo, um texto que um protestante colocou em uma comunidade de debates e, como o assunto do tópico já mudou totalmente o foco, sendo improdutivo eu tentar escrever lá alguma informação útil, porque as minhas informações úteis iriam se perder no meio de dezenas de postagens inúteis e totalmente off topic. É assim que protestante ganha um debate, fugindo dele.

O texto do protestante ignorante (acho que cometi um pleonasmo) estará em vermelho e a minha resposta em azul:

O PAPA É INFALÍVEL???
Sim, infalível e isso é dogma de fé que, se algum católico professar contra de maneira contumaz, ele é herege e, por isso, está excomungado da Igreja Católica.

A Igreja Católica Romana ensina que o papa é infalível quando fala ele fala sobre assuntos de doutrina.
Mentira: Em assuntos de moral e fé quando se pronuncia Ex Cathedra, conscientemente de maneira infalível, invocando o poder das chaves confiadas à Igreja, mas a Pedro e seus sucessores de maneira isolada, ou seja, o Papa sozinho representa a Igreja inteira, por isso que a Igreja não pode errar em matéria de Moral e Fé, porque ela é a coluna e sustentáculo da Verdade.

20 Ralph Woodrow contestou tal reivindicação examinando muitas afirmações e decisões papais através da história:
Ralph Woodrow tentou contestar isso, mas sem sucesso, como não obtém sucesso todo mundo que tenta contra os dogmas de fé da Igreja Católcia.

O fato é que nem em prática nem em doutrina os papas foram infalíveis. Nos deixe mostrar algumas das centenas de contradições dessa doutrina da infalibilidade papal:
Desafio proposto é desafio aceito.

Papa Honório I, depois de morto, foi denunciado como um herético pelo Sexto Concílio no ano 680. Papa Leão confirmou sua condenação. Ora, se os Papas são infalíveis, como pode um condenar o outro?
O Papa é infalível apenas quando se pronuncia Ex Cathedra sobre assunto de moral e de fé. As heresias do papa Honório estavam em cartas trocadas com outros clérigos e não em documentos oficiais e, muito menos, se pronunciou Ex Cathedra nessas cartas trocadas com o Clero.

Papa Virgílio, depois de condenar certos livros, removeu sua condenação, depois os condenou novamente e então retratou sua condenação, e então os condenou de novo! Onde está a infalibilidade aqui?
A condenação de livros não é pronunciamento Ex Cathedra. Até "O Príncipe" de Maquiavel tinha Imprimatur.

O duelo foi autorizado pelo Papa Eugênio III (1145-53). Mas depois o papa Julio II (1509) e o papa Pio IV (1506) o proibiram.
Duelos não são assuntos de moral, ou fé, nem a autorização, ou condenação foi Ex Cathedra.

No século onze houve três papas rivais ao mesmo tempo, todos os quais foram depostos pelo concílio coordenado pelo imperador Henrique III. Depois no mesmo século, Clemente III foi oposto por Vitor III e posteriormente por Urbano II. Como os papas podem ser infalíveis se eles se opõem uns aos outros? Então veio o “grande cisma”, em 1378, que durou cinquenta anos. Os italianos elegeram Urbano VI e os cardeais franceses escolheram Clemente VII. Os papas amaldiçoavam um ao outro ano após ano até que um concílio depôs a ambos e elegeu a um outro.
Se o Concílio depôs os pretensos Papas, então eles são Antipapas. Se um Papa legítimo se opõe a um falso Papa, então essa oposição é justa e se um Antipapa se opõe a um Papa legítimo, o problema está com o Antipapa e não com o Papa legítimo.

Papa Xisto V preparou uma versão da bíblia que ele declarou como sendo autêntica. Dois anos depois o Papa Clemente VIII declarou que ela era cheia de erros e ordenou que uma outra fosse feita.
O assunto com relação ao Cânon Bíblico só foi decidido de maneira definitiva apenas no Concílio de Trento. Os outros cânones litúrgicos, inclusive regionais, eram apenas cânones litúrgicos, ou seja, a lista de livros que seriam lidos durante a missa.

Papa Gregório I reputou o título de “bispo universal” como sendo “profano, supersticioso, arrogante, e inventado pelo primeiro apóstata” (Epistola 5:20-7:33). Ainda assim, através dos séculos, outros papas reivindicaram o título. Como então podemos dizer que os papas são infalíveis definindo doutrina, se eles contradizem diretamente uns aos outros?
Essa história é falsa, mas mesmo que fosse verdadeira, títulos do Papa não são assuntos reservados à Infalibilidade Papal.

Papa Adriano II (867-872) declarou o casamento civil como sendo válido, mas o Papa Pio VII (1800-1823) os condenou como inválido.
Na verdade, apenas muito recentemente, apenas mais ou menos nos dias da Revolta Protestante que se invalidou o casamento civil. Na verdade não existia casamento civil, mas apenas anúncio de que o casal decidiria viver juntos e não tinha qualquer celebração. Depois a Igreja incluiu alguns procedimentos, procedimentos, aliás, imitados pelos países protestantes, pelo casamento civil de hoje em dia, etc. Para eu não chover no molhado, veja o vídeo do Padre Paulo Ricardo sobre o assunto.
O casamento no civil foi condenado como substituto ao casamento religioso, porque o casamento no religioso foi instituído com o poder das chaves e a partir dali, daquele momento sim, passou a ser obrigatório.

Papa Eugênio IV (1431-1447) condenou Joana D’Arc a ser queimada numa estaca como bruxa. Mais tarde, um outro papa, Bento IV, a declarou como sendo uma “santa.” É isto que é infalibilidade papal?
Não foi o Papa que condenou Joana d'Arc, nem o Santo Ofício, mas o bispo local, um tal de Cauchon em um julgamento totalmente excepcional, porque o Bispo era um banana, mas o Papa não condenou ninguém e, mesmo se o tivesse feito, isso não é assunto reservado à infalibilidade por não envolver assunto de moral e fé.

Como todos os papas podem ser infalíveis quando certo número dos próprios papas condenou tal ensino? Virgílio, Inocente III, Clemente IV, Gregório XI, Adriano IV, e Paulo IV, todos rejeitaram a doutrina da infalibilidade papal. Pode um papa infalível ser infalível e não saber disto? Que inconsistência!
Quanto a isso a resposta é simples: NÃO, NÃO REJEITARAM TAL ENSINAMENTO, e se você diz que eles rejeitaram, cabe a você indicar em qual obra eles fazem isso para que eu vá lá, leia a obra dentro do sem contexto completo e, a exemplo do que fazemos com a interpretação errada que vocês fazem da Bíblia, ensinar qual a correta interpretação dos textos patrísticos.

21Vigário de Cristo?O papa, de acordo com o ensino católico-romano, é o vigário de Cristo, representante pessoal de Cristo na terra.
O Papa não é, só ele, representante de Cristo, mas todo o Clero o é. Todo o clero age in persona Chirsti no seu ministério. O Papa representa sozinho toda a Igreja. Não é cabeça da Igreja, porque a Igreja tem como cabeça Cristo, ele é cabeça do Colégio Apostólico, da mesma forma que o corpo tem a cabeça sobre os ombros e a cabeça do fêmur e outras partes chamadas impropriamente de cabeça.

21Ralph Woodrow, Babylon Mystery Religion (Riverside, CA, 1966), pp. 102-103.
22“O Pontífice Romano, em razão de seu ofício como Vigário de Cristo, e como pastor da Igreja inteira tem completo, supremo, e universal poder sob toda a Igreja...” (Catechism of the Catholic Church , §882).
Essa citação, em vez de confirmar sua tese, confirma a minha, provando assim que, mesmo quando você tenta atacar, você não consegue. A coisa é tão grave que não se trata de não ter êxito nos ataques, mas de não conseguir, sequer, atacar.

23 Ibid., p. 102 (leves alterações feitas pelo autor).
EXCERTOS RETIRADOS DO LIVRO, CATOLICISMO ROMANO: UMA ANALISE BÍBLICA, AUTOR BRIAN SCHWERTLEY, PAGS. 15,16 e 17
Aguardo as citações em que outros Papas teriam questionado a Infalibilidade Papal, lembrando que a infalibilidade papal pregada pela Igreja é: Pronunciar-se sobre matéria de moral, ou fé, Ex Cathedra e a negativa da infalibilidade Papal deve englobar isso e não apenas dizer que, mesmo os Papas, podem cometer erros. Cometer erros, cometer pecados, isso não se relaciona, nem de longe, com Infalibilidade Papal.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Os “políticos presos” continuam a se fingir de “presos políticos” para achincalhar a Justiça, a democracia e o estado de direito

Vejam a foto abaixo, de Paulo Ladeira, da Folhapress. Ronan. Miruna e Rioco, filhos e mulher de José Genoino (PT), participaram nesta segunda de um protesto em frente ao complexo penitenciário da Papuda contra a prisão do deputado e dos demais mensaleiros.


A dor da família é compreensível, e acredito que seja real. O rosto da moça, em particular, parece não deixar muitas dúvida sobre o seu sofrimento. Cá nos meus valores, isso depõe a favor do indivíduo Genoino. Certamente é um pai amoroso. Mas se cuida, nesse caso, de outra coisa. A família do deputado, na verdade, integra uma pequena manifestação de protesto promovida por petistas. E os cartazes que a animam são um despropósito absoluto.
Num regime democrático, todos são livres para expressar 
seus pensamentos. Mas é preciso que se tenha muito claro 
quando o protesto se dá contra a democracia. A cruzada anti-
Barbosa, como já demonstrei aqui, chega a mergulhar 
no mais asqueroso racismo.
Não! Repita-se: não há presos políticos no Brasil, mas políticos presos, conforme afirmei no debate de quinta da VEJA.comTampouco se fez um julgamento de exceção. A acusação é ridícula. Se a dor da família é compreensível; se é justo e humano que se preocupe com o estado de saúde de Genoino, a demonização que se está a fazer do STF — e de Joaquim Barbosa em particular — é das coisas mais absurdas a que se assistiu no país em qualquer tempo. Num regime democrático, todos são livres para expressar seus pensamentos. Mas é preciso que se tenha muito claro quando o protesto se dá contra a democracia. A cruzada anti-Barbosa, como já demonstrei aqui, chega a mergulhar no mais asqueroso racismo.
Uma coisa é a dor do filho, da filha, da mulher; outra, muito diferente, é o achincalhe puro e simples da Justiça. No domingo, anunciou-se com estardalhaço — e o advogado de José Genoino, Luiz Fernando Pacheco, deveria, parece-me, ser um pouco mais contido — que o petista havia passado mal. Nesta segunda, o Ministério da Justiça, por intermédio do Departamento Nacional Penitenciário (Depen), desmentiu o boato em nota: “Não houve intercorrência médica até o momento”. O deputado foi atendido pelo médico Daniel França Vasconcelos — um atendimento de rotina para um cardiopata como ele.
Chegou-se a atribuir ao doutor a recomendação de que Genoino cumprisse prisão domiciliar. Informa reportgem da Folha que o medico reclamou com amigos que não havia dado opinião nenhuma a respeito, limitando-se a relatar o estado do paciente. Pacheco tentou se explicar: “Em nenhum momento nós dissemos que o médico fez algum tipo de recomendação. Coube a mim, como advogado, interpretar o que estava no laudo médico e recomendar o regime de prisão albergue domiciliar”Ah, bom. Agora entendi. Era só uma interpretação do advogado de defesa.

José Nobre, aquele da cueca…

A família de Genoino e o PT perderam qualquer senso de medida. O deputado José Nobre (PT-CE), irmão de Genoino e chefe daquele pobre coitado que foi flagrado carregando dólares na cueca, mandou ver no Twitter no domingo: “O que acontecer com Genoino, a família responsabilizará o Barbosa. Ele sabe que o Genoino não pode estar onde está. Vamos reagir a essas injustiças. O PT não se calou na ditadura militar e não pode se calar contra essa truculência da toga midiática”.
Entenda-se: a Justiça é truculenta e midiática quando condena um petista. Mas certamente é correta e democrática quando livra a cara de alguém como José Nobre, que escapou incólume de um escândalo. No dia 8 de julho de 2005, José Adalberto Vieira da Silva, assessor e faz-tudo do deputado,  foi flagrado transportando US$ 100 mil na cueca e outros R$ 209 mil numa mala. O Ministério Público Federal no Ceará concluiu que o dinheiro era propina proveniente de um contrato de R$ 300 milhões fechado entre o BNB (Banco do Nordeste) e o consórcio Alusa/STN (Sistema de Transmissão do Nordeste). Nobre, então deputado estadual, foi denunciado por improbidade administrativa. Conseguiu se safar. Nesse caso, estou certo, ele considerou que a Justiça não foi nem truculenta nem midiática.
Nesta segunda, o Diretório Nacional do PT divulgou mais uma nota insana, em que se referiu, entre outros temas, à eleição de 2014 e à prisão dos mensaleiros (leiam post nesta terça).
Os petistas têm agora a pretensão de ser os juízes do STF. Acusam o tribunal e a “mídia” de espetacularização, mas transformam Genoino num mártir. Sua família, de modo consciente ou não (pouco importa), aceita participar da pantomima, que busca, na verdade, desmoralizar o próprio Poder Judiciário.
Ora, que os petistas tenham a coragem de se declarar acima da lei e pronto! Até porque, na democracia, só se tornam “políticos presos” — e nunca “presos políticos” — os que se comportam como marginais do poder. Reitero: que Genoino cumpra prisão domiciliar se ficar comprovado que as condições do presídio representam risco real à sua vida. Mas ele não é
juiz dos juízes. Ele é um homem condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha, que participou de um grupo que cometeu um crime grave contra a ordem republicana. Só isso! Está preso por isso, não porque seja um mau pai. Dá para entender a diferença?




Por Reinaldo Azevedo
Fonte: VEJA/ABRIL 









sábado, 28 de setembro de 2013

FOI-LHE DADO PODER CONTRA O SACRIFÍCIO CONTÍNUO

De que modo pode Satanás privar o mundo da Missa?



“O demônio sempre procurou privar o mundo da Missa, por meio dos hereges, constituindo-os precursores do Anticristo, o qual, primeiro que tudo o mais, procurará abolir, e de fato conseguirá abolir, como punição pelos pecados dos homens, o Santo Sacrifício do Altar, conforme aquilo que predisse Daniel: ‘E foi-lhe dado poder contra o sacrifício contínuo, por causa dos pecados’ (Dan. VIII, 12).”
[No original: “il demonio ha procurato sempre di toglier dal mondo la messa per mezzo degli eretici, costituendoli precursori dell’Anticristo, il quale, prima d’ogni altra cosa, procurerà d’abolire, ed in fatti gli riuscirà d’abolire, in pena de’ peccati degli uomini, il santo sacrificio dell’altare, giusta quel che predisse Daniele: Robur autem datum est ei contra iuge sacrificium propter peccata.”]
(Santo AFONSO DE LIGÓRIO, La Messa e l’Officio strapazzati, Nápoles, 1760; cf. tb., do mesmo Santo Doutor da Igreja, o parágrafo 10 de sua obra de 1775: Del Sacrificio di Gesù Cristo, onde se alude ao mesmo acontecimento.)
Ora, deve-se dar valor às palavras dos santos. Se há um santo da envergadura de Sto. Afonso de Ligório dizendo que um dia – propter peccata homines – será dado a Satanás poder contra o Santíssimo Sacrifício do Altar, isto não podem ser palavras vazias. Ainda que haja divergências de fato sobre se estamos ou não assistindo ao cumprimento desta profecia, pode ser útil considerarmos como ela se pode cumprir, agora ou no futuro. Na esfera das meras hipóteses, de que maneira o Demônio poderia conseguir «abolir» o Santíssimo Sacrifício da Missa?
O Demônio, como bem o sabemos, é
um cachorro acorrentado
O Demônio, como bem o sabemos, é um cachorro acorrentado. O seu poder não é ilimitado – não é como se ele fosse um Deus Onipotente com o sinal invertido; ele só causa o mal que lhe é permitido causar, dentro dos insondáveis desígnios da Providência Divina à qual, de bom ou mau grado, estão sujeitos os homens e os demônios. Lembro-me do que li certa feita em um livro sobre exorcistas, se a memória não me trai, do padre Gabriele Amorth. Dizia o velho exorcista que não é possível fazer um “pacto de não-agressão com Satanás”, como se ele pudesse retaliar os que o combatiam mais diretamente por meio dos exorcismos. "O Demônio – dizia – já nos causa todo o mal que lhe é permitido causar a nós, e portanto é besteira conceder-lhe cavalheiresca trégua. Ele mais nos odeia na exata medida em que mais somos aquilo que Deus nos chama a ser, isto é, santos; crescer no agrado de Deus e no ódio de Satanás é uma só e a mesma coisa. Estamos em guerra com um inimigo que ultrapassa em muito as nossas forças, mas combatemos do lado do Altíssimo! Pretender conduzir semelhante batalha sem “chamar a atenção” do Diabo não passa de mediocridade espiritual, que muito caro nos pode custar.
O Demônio, repitamos, já faz todo o mal que lhe é permitido fazer. Mas à sua ação o Todo-Poderoso estabeleceu limites muito claros; por exemplo, estabeleceu que contra a Sua Igreja não prevaleceriam nunca as hostes infernais. Todo e qualquer assalto dos infernos à Igreja de Cristo, portanto, existente ou possível, esbarra já a priori nesta muralha indestrutível que Cristo levantou em torno à Sua Esposa. Qualquer mal que o Diabo possa ter feito ou possa ser capaz de fazer um dia à Igreja, não pode nunca ser mais poderoso que a promessa d’Aquele por quem Céus e Terra foram criados.
Eu sempre pensei que aquele «robur» com o qual Satanás se levantaria no Fim dos Tempos contra o Sacrifício da Missa fosse na forma de uma perseguição física, como tantas pelas quais os cristãos já atravessamos ao longo dos séculos. Algo como um novo Império pagão lançando mais uma vez às feras os que ousassem adorar ao Deus Verdadeiro, ou um Governo a nível global que fizesse no mundo inteiro aquilo que o Governo do México logrou fazer na terra da Virgem de Guadalupe no século passado. Mas é forçoso reconhecer que esta não é a única forma possível de uma tal profecia se cumprir.
Algumas pessoas parecem acreditar que ela poderia ser cumprida se uma missa falsa fosse colocada no lugar da Missa Verdadeira. Tal hipótese é bastante problemática por um sem-número de razões. Atenta contra a indefectibilidade da Igreja ou – quando menos – contra a Sua visibilidade, uma vez que transforma a Igreja em Sinagoga em Satanás. Transforma o critério próximo e objetivo da Fé Católica – a Igreja Docente – em instrumento de perdição. Faz desaparecer o Sacrifício da «Nova e Eterna Aliança», instituído pelo Filho de Deus ao preço altíssimo do Seu Sangue vertido na Cruz do Calvário, e coloca a mais horrenda idolatria no seu lugar, impedindo assim Deus de ser adorado como convém à Sua Augusta Majestade. Mesmo considerar que tal coisa possa ser possível soa-me como impiedade, como uma injúria à Igreja Santa de Deus.
Mas eu avento uma hipótese conciliadora, que – é óbvio – não tem a pretensão de ser o diagnóstico preciso dos tempos em que vivemos e nem a interpretação exata das profecias do Fim do Mundo. Trata-se de uma reflexão particular minha, aqui apresentada como mera possibilidade ante tudo o que já foi exposto sobre o assunto. Pretendo, com ela, permitir às pessoas que tenham a real dimensão da crise presente (e de outras crises futuras possíveis), sem a subestimar com os olhos fitos somente na indefectibilidade da Igreja e nem tampouco voltar-se contra a própria Igreja por conta da consideração da enormidade daquela crise. Em uma palavra, intento aqui oferecer uma alternativa ao sedevacantismo ou ao tradicionalismo radical que não descuide da gravidade da situação presente (ou de outras possíveis).
Ora, sabemos que, em todos os Sacramentos, há o seu aspecto objetivo e o seu aspecto subjetivo; há a Graça enquanto deles decorre por aquilo mesmo que eles são – e, por isso, independente de quem os ministra ou quem os recebe, i.e., ex opere operato – e há a Graça enquanto beneficia concretamente quem os recebe – e, assim, dependente das disposições subjetivas destes, ex opere operantis. A primeira existe em virtude dos próprios sacramentos e portanto nunca falta e nem pode faltar; a segunda, dependente do ânimo do agente, pode ser diminuída ou mesmo deixar completamente de existir.
Se as pessoas não se santificam, não há por que colocar a culpa numa suposta falta de capacidade santificante dos Sacramentos. Quanto a isto, é possível parafrasear perfeitamente o pe. António Vieira no seu conhecidíssimo Sermão da Sexagesima:
Sabeis, cristãos, porque não faz fruto a palavra de Deus? – Por culpa dos pregadores. Sabeis, pregadores, porque não faz fruto a palavra de Deus? – Por culpa nossa.
E isto, que acontecia então com a palavra de Deus, pode perfeitamente acontecer com os Seus Santos Sacramentos: não por deficiência deles, mas pela malícia de quem os ministra e de quem os recebe.  Se a Graça Divina «por parte de Deus, não falta nem pode faltar», deve-se procurar o «porquê» dos seus (visíveis) parcos frutos não num impossível defeito dos canais, mas na deficiência dos que a eles acorrem.
E se os homens deixassem de saber que a Santa Missa é o Divino Sacrifício do Corpo e Sangue de Cristo, que aplaca a cólera de Deus e lhes obtém inefáveis tesouros dos Céus, ou pelo menos se deixassem de viver como se isso tivesse alguma importância? O que se poderia esperar como conseqüências desta hipotética terrível situação?
Pedis e não recebeis, porque pedis mal
Ora, a graça é conferida a cada pessoa na medida de suas disposições interiores. Ensina-nos as Escrituras Sagradas que Deus não atende a quem não sabe pedir: «Pedis e não recebeis, porque pedis mal» (Tg 4, 3a). Ora, não pode pedir bem quem não sabe o que pode e deve pedir. Aufere mais graças do Sacrifício de Cristo quem, na medida de suas capacidades, melhor O compreende. Havia por certo muitos cegos em Jerusalém, mas Nosso Senhor só abriu os olhos aos que O pediram «Domine, ut videam»; e isso em absolutamente nada diminui o Seu poder ilimitado.
Assim, um padre que celebrasse a Missa sem levar em conta que está oferecendo à Trindade Santa o Sacrifício de Cristo com certeza continuaria celebrando Missa, uma vez que para a validade dos Sacramentos basta um genérico desejo de «fazer o que faz a Igreja», ainda que não se saiba com clareza o que a Igreja faz ou mesmo que se erre quanto a isso. É o que nos ensinam os teólogos; por exemplo, Ludwig Ott no seu Tratado sobre os Sacramentos:
Por lo que respecta a la faceta objetiva, basta la intención de hacer lo que hace la Iglesia. Por eso no es necesario que el ministro tenga la intención de lograr los efectos del sacramento que pretende lograr la Iglesia, v.g., la remisión de los pecados. No es necesario tampoco que tenga intención de realizar un rito específicamente católico. Basta el propósito de efectuar una ceremonia religiosa corriente entre los cristianos.
Seria, portanto, válida a Missa celebrada por um padre que quisesse simplesmente realizar uma genérica «cerimônia religiosa corrente entre os cristãos». Mais ainda, seria válida ainda que o dito padre não tivesse a intenção de obter do Sacrifício que oferece os «efeitos» que a Igreja diz que Ele produz. No que tange à capacidade santificante objetiva dos Sacramentos, não há portanto o menor problema aqui. Mas e quanto às graças que eles de fato conferem aos que deles participam assim de maneira tão desleixada? Parece-me claro que não obtém – ou ao menos que obtém em muitíssimo menor medida – os frutos do Sacrifício da Missa quem não tem a intenção de os obter. E, portanto, para diminuir drasticamente os «efeitos» da Santa Missa no mundo não é necessário torná-la inválida: basta que não se queira subjetivamente receber o que Ela objetivamente tem a proporcionar.
Sacerdotes salesianos assassinados
pelos comunistas espanhóis

E isto não seria, por fim, uma forma de «abolir» – ao menos metaforicamente – o Sacrifício do Altar? Fazê-lo ser celebrado sem que, contudo, (quase) ninguém disso se apercebesse? Fazer com que oferecessem a Deus o Sacrifício da Cruz como se Lhe não oferecessem? Eis, portanto, o que me parece que está – pelo menos em princípio – ao alcance de Satanás: nada podendo contra o Sacrifício oferecido, voltar-se ele com fúria contra os que O ofertam. Não podendo impedir a ira de Deus de ser aplacada, impedir contudo os homens de se beneficiarem desta santa Propiciação. Incapaz de agir contra Aquele que recebe o Sacrifício, dedicar-se com afinco a prejudicar os que O oferecem. E, em semelhante situação, é fácil ver o estado de miséria religiosa a que estariam reduzidos os filhos de Deus! Se uma situação assim não fosse abreviada, correr-se-ia o risco de que se perdessem até os predestinados. E, sinceramente, ela em nada se avantajaria sobre a triste situação em que hoje nos encontramos…
Aqui é o máximo, penso, até onde Satanás pode ir. A partir daqui Deus lhe impôs limites: «Chegarás até aqui, não irás mais longe; aqui se deterá o orgulho de tuas ondas» (Job 38, 11). Já aqui é suficiente estrago, é bastante desolação, é rigorosíssimo castigo pelos pecados dos homens! Aqui já se harmonizam as mais terríveis profecias sobre o Fim dos Tempos com a reconfortante promessa de Deus de estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos. Aqui já é possível privar o mundo [dos benefícios] da Missa sem fazer com que Deus deixe de receber o Eterno Sacrifício do Seu Filho amado. Aqui o mysterium iniquitatis já encontra a sua mais perfeita encarnação. Aqui, por fim, já tudo se explica e encaixa, sem que nos seja necessário aventar mais extremadas hipóteses. Para além daqui, já é conceder a Satanás mais poder do que o próprio Deus lhe conferiu.

Fonte: DEUS LO VULT

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

SEPARADOS - NÃO "PARA", MAS SIM "DE" CRISTO


Tomas Crammer - 24/09/2013 16:31 - refutou atrasado ,não viu o que ja refutei sobre sua satanica religião do inferno nos tópicos passados!!!!não vou perder tempo,,,de uma olhada vc mesmo no que ja postei sobre todos estes comentários que vem direto do inferno para a sua vida e com isto tenta contaminar esta comu,,,mas fazer o que tem coisas que só p Espirito do Senhor dicerne ,,,e este vc não tem,,,,como eu sei??????não vá querer que eu responda vai????mais um que vai passar vergonha!!!!sua religião é puramente arquitetada no inferno e suas leis não são de prestimos algum para quem ama Jesus em Espirito e verdade,vc é cumplice de satanas ,só mente!!!


Coitado! Eis aqui um homem buscando subterfúgio para contradizer o irretorquível, alegando "... já refutei...". Se é que lhe agrada, pode crer: muitos fracos na fé acreditarão em suas maxambetas, pois há gente que acredita em tudo! Porém o que lhe agrada agora reverter-se-á em condenação quando um severo e justo juiz o fará participar da sorte dos réprobos juntando-o aos bodes colocados à sua esquerda: "Apartai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos" (Mt 25, 41).

Além de se tornar uma pedra de tropeço para os fracos na fé e conduzi-los à condenação, ainda será responsabilizado pessoalmente por virar as costas à única e legítima Igreja instituída por Cristo para seguir falsos profetas e falsos pastores que se dizem ser enviados, mas que não portam nenhum tipo de mandato  (At 15,24). Eles, por si mesmos, se auto escolheram e se auto enviaram, porém, não podem exibir nenhum dos sinais distintivos dos que foram legitimamente enviados:  

 "Os discípulos partiram e pregaram por toda parte. O Senhor cooperava com eles e confirmava a sua palavra com os milagres que a acompanhavam" (Mc 16,20).

Estes sinais existem em abundância no Santa Igreja Católica e tão verdadeiros que podem ser científica e meticulosamente examinados por peritos sem dar chance que estes possam identificar as causas naturais que os poderiam ter produzido. 

Há anos que venho desafiando os evangélicos para que mostrem pelo menos um relato da existência de um único e modesto "milagre" acontecido em seus meios e que tenha sido examinado rigorosamente, da mesma forma que procede a Igreja Católica. 

Nunca, para sua decepção, mostraram nada e, sei, jamais mostrarão! Aliás, até poderão mostrar, não porque seja algo proveniente de Deus, mas, em virtude de a ciência se encontrar em constante evolução, existe a raríssima e longínqua possibilidade de engano!

DEUS NÃO OPERA MILAGRES EM MEIOS HERETICAMENTE INFECTADOS PARA QUE NÃO ACONTEÇA QUE SEUS LÍDERES. NELES ESCORADOS, TENTEM "PROVAR" QUE SEUS ERROS SÃO VERDADES.

Ah! Continuando sobre o "virar as costas à única e legítima Igreja de Cristo":

"... se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano" (Mt 18,17). A Igreja é o corpo de Cristo e dele recebe toda a plenitude da graça  (Ef 1,22-23). Ninguém poderá salvar-se se nela não estiver inserido, pois ao separar-se do corpo, já está separado também de Cristo. 

Não e não, sr. Crammer. Você pertence à classe dos separados, não "para" e sim "de" Cristo, e isto aconteceu quando bandeou-se para a rebelião religiosa começada no século XVI, esta sim, plenamente inspirada por Satanás. Seu próprio fundador confessa ao afirmar que "O diabo dormiu ao meu lado, em minha cama, mais vezes do que minha mulher." (em Wartburg - [Funck-Brentano, Martim Lutero, Casa Editora Vecchi, 1956, 2a. ed.]). Ver:

Veja só, Crammer, a ousadia diabólica de Lutero, seu pai e mestre: “Cristo não tomou sobre si só uma condição humana geral, mas submeteu-se ao diabo e concorda com o diabo de alguma forma. Ele não assumiu só as culpas, como afirma a fé católica, mas também a disposição ao pecado.” (Beer): 30 Giorni Ano VII, fev. 1992, pág.55, entrevista “Lutero? Delírio Maniqueísta”). 

Agora ficam claras as frases blasfemas de Lutero contra Cristo: na cristologia luterana Nosso Senhor de fato tinha de pecar; para que Cristo pagasse o pecado deveria cometer todos os pecados! 


Eis a reforma que dizia reconduzir a 
Igreja à pureza primitiva! 

KKKKKKKKKKKKKK! 

Dado que, para Lutero, Cristo é uma dualidade, ele não pode ser a terceira pessoa da Santíssima Trindade, que encarnando tornou-se uma só pessoa: “Cristo não pode ser “pessoa”, deve ser um “compositum”, pois nele devem coexistir a divindade e a maldição, ou seja, a diabolicidade.” (Beer: 55). 

“Para Lutero (…) Deus é mau em si, é preciso atribuir a diabolicidade a Deus. São Paulo escreveu que em Jesus Cristo “habita a plenitude da divindade”, e Lutero comentou: “é bom que tenhamos um homem assim, porque Deus é em si mesmo mau e cruel.” (Beer: 59).

Isto sim, sr. Crammer é satânico!

Diante do exposto, você tem o topete de dizer que a Igreja Católica foi "arquitetada no inferno" e que sou "cúmplice de Satanás"? Está aqui provado que é bem o contrário! Você apenas falou, mas eu provei com documentos.

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terça-feira, 24 de setembro de 2013

ESTRAGO CAUSADO POR BACTÉRIAS QUE SE ESPALHAM ENTRE OS GAYS

Bactéria homofóbica mortal, pior que a Aids, está se espalhando entre Gays nos EUA


A variante de uma bactéria que pode levar à morte estaria se espalhando rapidamente entre a comunidade gay das cidades de São Francisco e Boston, nos Estados Unidos.

De acordo com um estudo publicado na revista especializada Annals of Internal Medicine, a nova forma da bactéria MRSA, conhecida como MRSA USA300 é altamente resistente a medicamentos e é transmitida por meio de sexo anal, pelo contato da pele ou com superfícies contaminadas.

Os especialistas fizeram um levantamento da incidência da doença em diferentes áreas das cidades de São Francisco e Boston com base em registros hospitalares, mas não informaram o número exato de contaminados até agora.



NÃO DEIXE DE LER. MUITO
DIVERTIDO!
A equipe de pesquisadores descobriu que no distrito de Castro, em São Francisco, – que teria uma das maiores concentrações de homossexuais dos Estados Unidos – um em cada 588 residentes estaria infectado com a bactéria. Em outras áreas da cidade, essa proporção seria de um para cada 3.800.

Uma outra parte do estudo ainda indicou que os homossexuais moradores de São Francisco teriam 13 vezes mais chances de contrair a doença do que outros residentes da cidade.

Necrose

A infecção pode causar úlceras na pele, necrose dos tecidos, atacar órgãos como pulmão e o coração e se espalhar facilmente pela corrente sangüínea.

Perna de um Homossexual contaminado.
Entre a comunidade gay, a doença teria se proliferado pelo contato da pele, causando abscessos e infecções nas nádegas e nos órgãos genitais.

Os especialistas aconselham esfregar o corpo com água e sabão após as relações sexuais para evitar que a bactéria se espalhe.

De acordo com o jornal americano The New York Times, 19 mil pessoas morreram nos EUA em 2005 em decorrênica de doenças causadas pela MRSA (Estafilococos Aureus resistente à meticilina, MRSA, na sigla em inglês).

No passado, a bactéria era comum apenas em infecções hospitalares, mas recentemente também tem sido contraída por pessoas saudáveis fora dos hospitais.
É uma Bactéria Canibal Assustadora.
Além de ser resistente à meticilina, a MRSA USA300 também não é facilmente combatida por outros antibióticos utilizados para tratar outras variantes da bactéria.

Os especialistas advertem que a menos que laboratórios de microbiologia identifiquem o tratamento adequado para nova bactéria, “a infecção poderá se espalhar rapidamente e se tornar uma ameaça nacional”.
Com informações do O Globo.





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A IGREJA NUNCA ESTEVE TÃO BEM


Papa Francisco encontra o clero de Roma: "Ouso dizer: a Igreja nunca esteve tão bem como hoje" Texto proveniente da página

Cidade do Vaticano (RV) – “Mesmo agora que sou Papa me sinto ainda um sacerdote”. Esta é uma das passagens chaves do diálogo que o Papa Francisco teve, na manhã desta segunda-feira, com os sacerdotes da Diocese de Roma, a sua Diocese, reunidos na Basílica São João de Latrão. A acolher o Papa, 20 minutos antes do previsto, foi o Cardeal Vigário Agostino Vallini, que na sua saudação comentou que este encontro foi programado pelo novo Bispo de Roma, logo após ter sido eleito.


“O que é o cansaço para um Sacerdote, para um Bispo e mesmo para o Bispo de Roma?” O Papa Francisco desenvolveu o seu pronunciamento introdutivo, detendo-se neste questionamento. E confiou que a inspiração lhe veio após ler a carta enviada por um sacerdote idoso, que justamente lhe falava sobre este cansaço, um “cansaço no coração”“Existe – disse o Papa – um cansaço do trabalho e isto todos conhecemos. Chegamos de noite, cansados de trabalhar e passamos diante do Tabernáculo para saudar o Senhor. Sempre – advertiu – é necessário passar pelo Tabernáculo”:

Quando um sacerdote está em contato com o seu povo, se cansa. Quando um padre não está em contato com o seu povo, se cansa, mas mal e para dormir deve tomar um comprimido, não? Ao invés disso, aquele que está em contato com o povo – que de fato o povo tem tantas exigências, tantas exigências! Mas são as exigências de Deus, não? – este cansa realmente e não tem necessidade de tomar comprimidos”.

Existe, porém, um “cansaço final” – prosseguiu Francisco – que se vê antes do “crespúsculo da vida” onde “existe a luz escura e o escuro um pouco luminoso”. É “um cansaço que vem no momento em que deveria existir o triunfo”, mas ao invés disto “vem este cansaço”. Isto – afirmou – acontece quando “o sacerdote se questiona sobre sua existência, olha para trás, ao caminho percorrido e pensa nas renúncias, aos filhos que não teve e se pergunta se não errou, se a sua vida “falhou”. É justamente sobre o “cansaço do coração” de que o sacerdote escrevia na carta.

O Papa citou então, o cansaço em tantas figuras bíblicas, de Elias a Moisés, de Jeremias até João Batista. Este último, afirmou, na “escuridão da prisão” vive o “escuro de sua alma” e manda os seus discípulos perguntarem a Jesus se Ele é realmente aquele que estão esperando. O que pode fazer então um sacerdote que vive a experiência de João Batista? Rezar, “até dormir diante do Tabernáculo, mas estar ali”. E depois “procurar a proximidade com os outros padres, e sobretudo, com os bispos”:

Nós, Bispos, devemos ser próximos aos sacerdotes, devemos ser caridosos com o próximo e os mais próximos são os sacerdotes. Os mais próximos do Bispo são os sacerdotes. (aplausos). Vale também o contrário, eh! (risos e aplausos): o mais próximo dos padres deve ser o bispo, o mais próximo. A caridade para com o próximo, o mais próximo é o meu bispo. O Bispo diz: os mais próximos são os meus padres. É bonita esta troca, não? Isto, acredito, é o momento mais importante da proximidade, entre o bispo e os sacerdotes: este momento sem palavras, porque não existem palavras para este cansaço”.

A partir deste ponto, iniciou-se o diálogo do Papa Francisco com os sacerdotes, aos quais pediu para sentirem-se livres para perguntar qualquer coisa. Respondendo à primeira pergunta, o Papa Francisco disse que no serviço pastoral, não deve se “confundir a criatividade com fazer alguma coisa nova”. A criatividade – afirmou – “é buscar o caminho para que o Evangelho seja anunciado” e isto “não é fácil”. Criatividade “não é somente mudar as coisas”. É uma outra coisa, vem do Espírito e se faz com a oração e se faz falando com os fiéis, com as pessoas. O Papa, então, recordou uma experiência vivida quando era Arcebispo de Buenos Aires. Com um sacerdote, disse, procurava entender como tornar a sua igreja mais acolhedora:

Ah, se passa tanta gente aqui, talvez seria bonito que a igreja ficasse aberta durante todo o dia... Boa ideia  Também seria bonito que tivesse sempre um confessor à disposição, ali... Boa ideia  E assim foi”.

Esta – acrescentou – é uma ‘corajosa criatividade’. Também em relação aos cursos em preparação ao Batismo “é necessário superar o obstáculo dos pais e das mães que trabalham toda a semana e no domingo gostariam de repousar”. Então, é necessário “buscar novos caminhos”, como uma “missão no bairro” promovida pelos leigos. E esta é a “conversão pastoral”. A Igreja, “também o Código de Direito canônico nos dá tantas, tantas possibilidades, tanta liberdade para buscarmos estas coisas”. É necessário – destacou – procurar os momentos de acolhida, quando os fiéis devem ir à paróquia por um motivo ou outro. E criticou severamente quem, numa paróquia, está mais preocupado em pedir dinheiro por um certificado que pelo Sacramento e assim “afastam as pessoas”. É necessário, ao invés disto, “a acolhida cordial”: “que aquele que venha à igreja se sinta como na sua casa. Se sinta bem. Que não se sinta explorado”:

“Um sacerdote, uma vez – não da minha Diocese, de uma outra -, me dizia: ‘Mas, eu não faço pagar nada, nem mesmo as intenções da Missa. Tenho ali uma caixa e eles deixam aquilo que querem. Mas Padre: tenho quase o dobro do que tinha anteriormente. Porque as pessoas são generosas, e Deus abençoa estas coisas’.

“Se, ao invés disto, a pessoa vê que existe um interesse econômico, então se afasta”, observou Francisco. O Papa então, respondeu a quem lhe perguntava como ele se define agora, visto que, como Arcebispo de Buenos Aires, gostava definir-se simplesmente como ‘sacerdote’:

“Mas, eu me sinto padre, é sério. Eu me sinto padre, sacerdote, é verdade, bispo... Me sinto assim, não? E agradeço ao Senhor por isto. (aplausos) Teria medo de sentir-me um pouco mais importante, não? Isto sim, tenho medo disto, pois o diabo é esperto, eh!, é esperto e te faz sentir que agora tu tem poder, que tu pode fazer isto, que tu podes fazer quilo... mas sempre girando, girando em volta, como um leão – assim diz São Pedro, não? Mas graças a Deus, isto não perdi, ainda, não? E se vocês virem que eu perdi isto, por favor, me digam e se não puderem me dizer privadamente, digam publicamente, mas digam: ‘Olha, converta-te!’, porque está claro, não?” (aplausos)|

Após, o Santo Padre falou sobre os sacerdotes misericordiosos. Um padre enamorado – disse – deve sempre recordar-se do primeiro amor, de Jesus, “retornar àquela fidelidade que permanece sempre e nos espera”. Para mim, isto é “o ponto-chave de um sacerdote enamorado: que tenha a capacidade de voltar à recordação do primeiro amor”. E acrescentou: “uma Igreja que perde a memória, é uma Igreja eletrônica: não tem vida”. Assim, é necessário guardar-se dos padres rigorosos e negligentes. O sacerdote misericordioso – afirmou – é aquele que diz a verdade mas acrescenta: “Não te apavores, o Deus bom te espera, Caminhemos juntos”. A isto acrescentou: “devemos tê-lo sempre sob os olhos: acompanhar. Ser companheiros de caminho”“A conversão sempre se faz assim – disse – a caminho e não no laboratório”.

“A verdade de Deus é esta verdade, digamos assim dogmática, para dizer uma palavra, ou moral, mas acompanhada do amor e da paciência de Deus, sempre assim”

Na Igreja – acrescentou - existem certos escândalos mas também tanta santidade e esta é maior. E existe também esta “santidade cotidiana”, escondida, “aquela santidade de tantas mães e de tantas mulheres, de tantos homens que trabalham todo o dia pela família”. Palavras estas acompanhadas de um encorajadora convicção:

“Eu ouso dizer que a Igreja nunca esteve tão bem como hoje. A Igreja não cai: estou seguro disto, estou seguro!”

O Papa então, voltou ao tema das periferias existenciais, retomando as suas palavra sobre “conventos vazios” e a generosidade para com os mais necessitados. Por fim, refletiu sobre o tema da família, e em particular sobre a delicada questão da nulidade dos matrimônios e sobre as segundas uniões. Um problema – recordou – que Bento XVI tinha no seu coração. “O problema – disse – não pode ser reduzido à questão do fazer a comunhão ou não, porque quem coloca o problema somente nestes termos não entende qual é o verdadeiro problema”.

“É um problema grave” – observou - “de responsabilidade da Igreja em relação às famílias que vivem esta situação”. A Igreja – afirmou ainda – neste momento deve fazer alguma coisa para resolver os problemas das nulidades matrimoniais. Um tema sobre o qual falará com o grupo dos 8 Cardeais que se reunirão nos primeiros dias de outubro, no Vaticano. E será tratado também no próximo Sínodo dos Bispos, pois é uma verdadeira periferia existencial” Por fim, o Papa Francisco recordou que no próximo 21 de setembro recorre o 60º aniversário de sua vocação ao sacerdócio. (JE)

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do site da Rádio Vaticano 



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