Cartazes espalhados pelo trajeto diziam que ‘nem santo salva’ da Aids.
Dom Odilo afirmou que ‘comportamentos corretos’ salvam da doença.
A Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) de São Paulo causou polêmica em sua 15ª edição, que aconteceu no domingo (26), na Avenida Paulista e na Rua da Consolação. Em 170 cartazes distribuídos em postes por todo o trajeto, 12 modelos masculinos, representando ícones da Igreja Católica, como São Sebastião e São João Batista, apareciam seminus ao lado das mensagens: "Nem Santo Te Protege" e "Use Camisinha".
A ideia foi criticada pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, que considerou a campanha "infeliz, debochada e desrespeitosa". “É uma forma debochada de usar imagens de santos, que para nós merecem todo respeito", disse. "Vamos refletir sobre medidas cabíveis para proteger nossos símbolos e convicções religiosas. Quem deseja ser respeitado também tem de respeitar."
O presidente da Parada, Ideraldo Beltrame, disse que a campanha não teve como objetivo ofender os católicos. "Nossa intenção é mostrar à sociedade que todas as pessoas, seja qual for a religião delas, precisam entrar na luta pela prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Aids não tem religião." Dom Odilo mais uma vez discorda. “O que salva da Aids é comportamentos corretos, responsáveis, respeitosos, dignos. Isso salva da Aids.”
Ao eleger como tema "Amai-vos Uns Aos Outros", a organização uniu a vontade de conclamar seguidores com a de responder a grupos religiosos -que vêm atacando sistematicamente o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. Na Marcha para Jesus, na quinta-feira, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em favor da união estável homoafetiva foi ferozmente atacada.
Mas nesse ponto nem as opiniões de evangélicos dissidentes, que fundaram igrejas inclusivas e acompanham a Parada, convergem. "Não tinha necessidade de usar pessoas peladas para representar santos. Faz a campanha, mas não envolve as coisas de Deus", afirmou a pastora lésbica Andréa Gomes, de 36 anos, da Igreja Apostólica Nova Geração. "A campanha foi mais de encontro aos ditames da Igreja Católica. Nós não temos santos", diz o pastor José Alves, da Comunidade Cristã Nova Esperança.
notícia retirada do portal G1
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